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A mostrar mensagens de fevereiro, 2008

passo a passo

    A conversa, não obstante o aparente desequilíbrio dos pratos da balança, promete ser interessante. Ele parece ser um rapaz a oscilar entre o arrojo das coisas por inventar e a segurança que lhe é facultada pelos valores tradicionais. Não me compete - tenho consciência disso - apressar qualquer decisão, ou suscitar uma escolha que o encaminhe para uma das extremidades do diâmetro que, por enquanto, vai sendo o seu porto de abrigo. Não seria correcto e, para além disso, transmitir-lhe-ia uma visão distorcida da minha própria maneira de ser. Talvez seja preferível deixar que o tempo cumpra o seu papel. Tal como sempre acaba por acontecer!... … Olá Junnuz!... É bem possível que o retrato que pintei de mim te tenha parecido demasiado semelhante aos que costumam caracterizar as noites e os faustos de uma Veneza que se metamorfoseia nas encruzilhadas do seu carnaval. É bem possível!... O que tive a sensação de descortinar em ti - não tenho por que não o reconhecer - fez despertar o m

Um ponto de interrogação: o futuro de nós

Driftin’ Essa história de passado no presente, essa mistura de tempo, me confunde um bocado grande. Acho que estamos aqui por motivos talvez desconexos e, talvez seja hora de dizer adeus! Tenho um pouco de medo de tudo isso. Sonhei na noite passada e não gostei nada do que vi. Acho que estou a me tornar um monstro num corpo angelical. Sinto pelas coisas que penso e penso poder fazer sem o menor senso de pudor e honra (ao menos visto pelos outros) Colocaram-me nessa jaula chamada sociedade, mas eu preferia o tempo em que com ele eu vivia e o que nos importávamos era qual museu visitaríamos, qual comida típica iríamos almoçar ou qual romance discutiríamos após o jantar. Ele se foi e me joguei neste mundo novo. Não quero fazer de ti um tiro no escuro! Sendo assim, a partir desse momento eximo-me de qualquer responsabilidade sobre teus sentimentos sobre mim. Temo pois acho que você se apaixonará por mim. Termino aqui. Confusos são os dias e as horas nessas terras... mesmo sendo um bom dia

interrogações

    Junnuz?!... Não tenho a certeza - não posso ter - de que seja uma razão plausível para ter dado por ele naquele fórum cinéfilo. Recordo-me vagamente de um Junnuz (não é, por certo, o mesmo) a quem o Matt Damon emprestou o corpo. Creio que foi isso!... Terá ele entendido as referências literárias através das quais tentei desenhar uma quase tortuosa analogia com o universo shakespeariano? Já o tinha “visto” no acaso de alguns comentários que, esporadicamente, consegui apanhar na volatilidade de um fórum. Não sei, todavia, por que foi que apenas agora tomei a decisão de teclar com ele - esse desconhecido tecnológico sem rosto, mas naturalmente vertebrado. Por que carga d’água havia ele de afirmar quase peremptoriamente não corresponder ao que procuro?!... Não, nada naquelas frases podia ter-se assemelhado a uma pista capaz de deixar a nu a minha busca em plena praça pública. Seja como for, até porque ele parece não ter valorizado o bastante “o outro lado do tempo”, e, desse modo,

As faces da curiosidade

Mas será que a resposta é tão fácil e simples assim? Será que foi o acaso de escrever algo inoportuno num lugar qualquer para encontrar um outro qualquer e confiá-lo as demasias de um título? Quem será Driftin’? Serás um louco ou um amante? Serás apenas um perdido como eu? Será um nerd? Um bobo? Um rosto ou palavras apenas? Não entendo bem o que vem acontecendo, mas não quero parar por aqui. Quero ver onde isso chegará... Será que ele mora perto de mim? Será que ele é de outro país... Ele fala português, deve ser daqui mesmo, mas, de onde? Ele deve estar me achando um idiota, afinal, apesar de achar meio desconexo a fala dele no fórum, eu pensei que ele se referia ao filme, de um modo ou de outro... mas não, ele havia lançado seus encantos naquelas palavras para encontrar alguém. Para encontrar-me! Que tipo de escolhido ele quer? Com certeza não seria eu! Será que devo responde-lo? Acho que talvez seja melhor eu deixar estas palavras sumirem com a poeira deste quarto escuro. Mas não eu

frases soltas, não vazias...

    Frases soltas - quase sem nexo - dispersas no pensamento e na memória, como se o silêncio insistisse em desafiar a solidão das paredes. Frases soltas, não vazias!... “Ambições naufragadas - restos de alegrias e desditas de que tinha vaga recordação. O passado era triste, mais triste que o badalar de um chocalho vindo de longe…” “O presente era amargo. Tão doloroso como o passado!...” Que estranho!... Habituado a identificar quase instantaneamente as pistas que permitem a identificação de um texto, quedei-me perplexo, incapaz de conciliar o absurdo com as banais propostas do inconsciente. Como fora que aquelas palavras se escaparam através dos dedos que se limitaram a matraquear as teclas indefesas?!... …E logo ali, perante um monitor frio que sorria desdenhoso, em aparente cumplicidade com o rosto desconhecido, oculto no outro lado do tempo. … Olá!... Não quero desapontar-te, mas não te falei sobre Romeu e Julieta. Já tudo se disse - ou quase tudo - sobre os eternos amantes d

Os sinos

Era uma intendente e chuvosa manhã de domingo. Não havia absolutamente nada para se fazer e o tempo parecia teimar em não passar. Não tendo o que fazer fui fazer nada, mas, às vezes, é no fazer nada que encontramos as respostas das perguntas que nunca fizemos. Tudo começou com uma mensagem... poucas palavras deixadas num fórum que discutia cinema... o assunto era amor e morte... o filme: Romeu e Julieta. Contudo, se o filme emociona por si só, através dos imortais diálogos shakespearianos, o comentário dele me surpreendeu, ou melhor, me tocou onde mais ninguém houvera tido a coragem de se quer olhar. O que fazer com isso? Era para ser apenas uma manhã de fazer nada na rede e, aconteceu uma verdadeira reviravolta nela por causa de meia dúzia de palavras... Não posso me silenciar... vou escrever para ele! Ou será que ele é ela? Será que ele ou ela existe? Enfim, é hora de deixar a paranóia de um adolescente entediado e revoltado sem causa de lado e escrever alguma coisa... alguma coisa..