rosa-dos-ventos
Mais um dia que se esgota. Longo, que os dias já se demoram bem para lá do crepúsculo. Apetece subtrair uns minutos ao tempo que ainda resta e ficar ali bem perto, entre a sombra e o vazio, procurando distinguir os rumores que trazem a noite e o silêncio. Talvez o cansaço não demore, mas enquanto ele se esquiva às arestas da vontade, sabe bem permanecer em conjunção com a brisa e com o cheiro das maçãs. Os sentidos já se habituaram aos sinais que anunciam a floração das palavras sobre a própria solidão. Nenhum ofício se compara a esta liberdade subitamente adquirida. .... Os passos aproximaram-se, inconfundíveis. A mão estendeu-se no tecer de uma carícia. Um sorriso transparente atravessou a penumbra, e o abraço, bem firme, tinha o sabor da alegria e a força da eternidade! ... Junnuz!... Centenária, com os ramos a treparem pelas vertentes do tempo e a sombra a alargar-se até à periferia do verão, a árvore foi-se tornando indissociá