O começo da construção de uma ponte

Como pode ser este rapaz dono de tal placidez? Suas palavras não sucumbem nem aos meus desafios... será mesmo um rapaz ou um espírito de ancião preso no corpo de narciso? Ele rompe a barreira do convencional e tenta me dizer nas entrelinhas das palavras as respostas que tanto procurei. Devo ser eu um analfabeto dos gestos!?

Estaria eu sendo petulante? Mas eu consigo sentir algo inusitado, algo especial! Percebo uma beleza serena em cada palavra. Elas me fazem sentir a ternura do gesto se delineando no meu corpo, mas seria eu um tolo se pensasse que tal nobre pessoa (afinal, pra exibir nobres palavras, um nobre de coração deve ser!) pudesse nutrir sentimentos nobres por mim.

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Driftin!

Tuas perguntas parecem ser tênues insinuações. Contraditórias ou, talvez, tristes (ou nem uma coisa nem outra). Ou quem sabe são as insinuações dos caminhos pelos quais percorreu... Notar que eles podem ter lhe servido para encontrar a ti mesmo, mas não me encontraria por lá... Nenhuma das minhas peles percorre o silêncio.

Hoje definitivamente não foi um bom dia para mim. Ironicamente, os meus passos não deixaram rastros depois da maré cheia deste destino que nem eu acredito existir. Eu me perdi. Eu me perdi... Eu que sempre soube o que quis... Não tenho mais como olhar para trás sem sentir o valor das escolhas. Tampouco saberia se não estou simplesmente repetindo uma coreografia de viver. Mas, há ainda algo que me faz entender e assim não esconder-me de mim mesmo. Esta chama, afinal, em mim, nunca teve cálida feição.

Não pouso em nuvens pré-fabricadas, contudo. Essa chama alimenta os dias sem padecer aos insultos do cotidiano que teimam em se contraporem aos meus desejos. Neste ponto, eu me aproximo ao sorriso que descrevera em sua escrita, mesmo eu não tendo segurança das minhas convicções, prefiro ser o escritor da minha vida. Mas, se tratarmos da nossa história, isto seria mais bem apresentado como um prólogo.

Junnuz.

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